Clubes brasileiros vendem menos e arrecadam mais com patrocínios
Diminuição de arrecadação com a venda de jogadores sofre retração pelo terceiro ano consecutivo. Fatia com patrocínios pula de 14% para 17
A cada ano que passa, o hábito de vender jogadores vem perdendo espaço na gestão dos clubes brasileiros. De acordo com a auditoria da BDO RCS, a prática diminuiu pelo terceiro ano consecutivo e significa, agora, apenas 15% das receitas. Por outro lado, arrecadar com patrocínio e publicidade está ficando mais importante. Essa parcela, que em 2009 representava 14% das receitas, pulou para 17%. As cotas de televisão continuam em primeiro lugar no ranking, mas mantendo o percentual: 28%.
Gráfico da empresa BDO RCS compara fontes de receita dos clubes em 2009 e 2010 (Imagem: divulgação)
Em 2009, a queda da arrecadação com a venda de jogadores foi resultado, segundo a BDO RCS, da crise econômica na Europa. Entretanto, em 2010 já existem outros motivos que contribuem para isso.
- É uma soma de fatores. A Europa sofre com a desaceleração de um mercado em crise. Mas vender jogadores também ficou menos atrativo por causa dos fundos de investimento (os clubes negociam parte de seus jogadores para eles). O dólar também está mais barato. A gente percebeu que em 2009 era só a crise, mas em 2010 teve outros fatores. Os clubes também passaram a investir, trazer jogadores de nome - explicou Amir Somoggi, diretor da área Esporte Total da BDO.
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As maiores fatias dessa pizza são as receitas com TV e publicidade, dominadas principalmente pelos quatro grandes de São Paulo e o Flamengo. O Corinthians, por exemplo, lidera os dois quesitos no país. Só com cotas de TV, saltou de R$ 29 milhões arrecadados em 2009 para R$ 55 milhões em 2010.
Para quem acha que os clubes brasileiros já exploraram tudo o que tinha para ser explorado no que diz respeito a patrocínio e publicidade, Somoggi avisa que não é bem por aí. A BDO apresenta uma previsão de arrecadação nos próximos anos, com o montante podendo chegar a R$ 1,094 bilhão em 2014, ano da Copa do Mundo no Brasil, contra os R$ 565 milhões alcançados em 2010.
- No Brasil, mais de 90% dos homens acompanham futebol de alguma forma na mídia. As empresas sabem que investir no futebol é um porto seguro. Os números podem crescer ainda mais se os clubes passarem a investir em novas alternativas de marketing. Eles precisam aprender o que é o marketing esportivo, ser mais ambiciosos, diversificar mais as ações. Há uma gama enorme de operações que podem ser feitas neste setor e que devem ser mais bem exploradas - disse Amir Somoggi.
Corinthians e Santos deram salto em cotas de TV e bilheteria, respectivamente (Foto: Divulgação)
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